O conservador Partido Popular (PP) foi o grande vencedor das eleições regionais neste domingo (28) na Espanha. Em segundo lugar ficou o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), do premiê Pedro Sánchez, com 750 mil votos a menos que o rival.
As eleições regionais foram majoritariamente municipais, realizadas em 8.135 prefeituras em todo o país, mas 12 das 17 províncias espanholas tiveram cargos de deputados estaduais em disputa. A vitória da direita sobre a esquerda se estendeu por todo o território.
“Não é o que esperávamos após essas semanas de campanha eleitoral e, obviamente, também temos que refletir sobre os próximos meses”, admitiu a porta-voz do governo, Pilar Alegría, do Psoe.
O PP venceu com folga em Madri, como esperado, mas também em Valência e Sevilha, diminuindo a influência da esquerda nessas regiões. Em Barcelona, venceu Xavier Trias, do Juntos pela Catalunha, partido que busca a independência da região em relação a Madri e à Espanha.
Na capital, José Luis Martínez-Almeida foi reeleito para a prefeitura ao lado de 29 vereadores. Como a maioria absoluta no conselho municipal é justamente de 29 votos, o político conservador agora vai governar sozinho, sem necessidade de alianças, o que não acontecia desde 2011.
Os resultados gerais deste domingo, em relação às últimas eleições, em 2019, mostram que o PP cresceu de forma significativa, de 23% para 31%. Já o Psoe viu sua influência diminuir de 29% para 28%. A agremiação de ultradireita Vox duplicou sua votação geral, de 3,5% para 7%. Outros partidos não alcançaram 3% da votação geral.
“Estamos numa maré de direita na Espanha”, disse Miguel Ángel Revilla, governador da Cantábria, numa entrevista coletiva após a divulgação dos resultados.
De toda forma, o PP passou o Psoe, uma péssima notícia para Pedro Sánchez, especialmente se levado em conta que os espanhóis voltarão às urnas em 10 de novembro, desta vez para decidir o cargo do primeiro-ministro pelos próximos quatro anos.
“Isso não se explica por um processo natural propiciado pelo caráter fascista do madrilenho. Vamos acabar com esse mito”, escreveu no jornal El País a analista Máriam Martínez-Bascuñán. “O que está acontecendo em Madri é resultado de uma ação política efetiva contra uma esquerda que, querendo se apresentar como alternativa, é incapaz de criá-la.”
* Ivan Finotti / Folha de São Paulo